sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Budismo

O Budismo define-se como “uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo. (…) é uma religião pratica, devotada a condicionar a mente inserida em sue cotidiano, de maneira à levá-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas” (O QUE É BUDISMO?, 2006, p. 5).
Buda significa o iluminado. Essa iluminação foi atingida por Shiddarta Gautama entre os século VI e V a.C.. A “iluminação” pode ser definida como “a verdade última mediante a qual uma pessoa liberta-se do ciclo do renascimento”. Shiddarta tornou-se o Buda, ensinando às pessoas a se livrarem do renascimento e do sofrimento. Para os budistas a verdade da disciplina do Buda (sasana) sempre existiu. A sasana implica a meditação e o exercício espiritual e o darma (ensinamentos do Buda) (FONAPER, 2000a, p. 18). Buda (2500 atrás) ensinava a disciplinar o espírito para chegar a uma consciência clara e brilhante. O objetivo era tranquilizar o corpo, as emoções e acalmar o espírito, em fim para “estar atento a tudo quanto faz, diz ou pensa. O esquecimento do próprio eu e a arte de viver com atenção são elementos do ensino de Buda. Para ele “o reto esforço e a reta atenção (Sati) constituem uma condição para a concentração meditativa (samadhi) que leva à perfeita iluminação (bodhi)”. Considerado o despertado, o iluminado, Buda irradia tranquilidade, soberania, superioridade e paz (KÜNG, 2004, P. 149). Ele era jovem e rico príncipe que experimentou a realidade da vida quando deixou o luxo e percorreu o país. Viu o mundo, o sofrimento, o envelhecimento, a doença e morte. Experimentou a instabilidade da vida como o grande problema da existência humana. Como tudo está associado ao sofrimento, verificou que sua vida não tinha sentido. Deixou sua família e saiu da sua pátria para ir às fronteiras da Índia e do Nepal, renunciando sua nobreza. Gautama tinha 29 anos e buscou o objetivo de “encontrar a redenção definitiva do sofrimento”, sendo um monge. Seguiu diversos ascetas e viveu nos rigores de exercícios respiratórios, jejuns e mortificações, mas sem resultados. Deixou tudo e foi para um rio praticar a meditação. Após muito tempo de concentração profunda ele experimenta a iluminação, redenção e libertação, tornando-se assim o Buddha – isto é desperto e iluminado. Neste momento Sidharta encontra as “repostas para as quatro perguntas primordiais: o que é o sofrimento, de onde ele vem, como pode ser superado e qual o caminho para superá-lo”. Essa passou a ser sua principal mensagem, chamada de Quatro Nobres Verdades (Ibid., p. 150-51). Surge então uma religião com características de espiritualização e interiorização alcançados com as próprias forças e não dado por um Deus.
O Buda desenvolveu uma religião com doutrina e caminho de salvação. Sua intenção era de curar o sofrimento e ajudar as pessoas as encontrar libertação e redenção. O domínio da dor e de reconhecer os próprios limites, finitude e condição de mortal. Observou que nado o que se vê é estável, até a própria existência é perecível. O sofrimento deriva dos próprios apegos e a solução será libertar-se do próprio eu, através de um caminho de renúncia de si mesmo. Desta forma é que se terá a compaixão universal. A intenção de Buda é fazer com que as pessoas tenham experiência de ética e prática (Ibid., p. 153).
O Budismo consiste na doutrina que une religião e filosofia (há os que não a consideram uma filosofia) objetivando à santidade e a libertação da dor. A causa da dor são as paixões e desejos e “apego aos objetos exteriores”. Para que a dor possa se extinguir são necessários quatro caminhos:
  1. A ciência que demonstra a vaidade e a realidade do mundo externo;
  2. A observação das cinco proibições: Não matar, não roubar, não cometer adultério, não mentir, não se embriagar;
  3. A abstinência dos dez pecados: assassínio, roubo, fornicação, mentira, murmuração, injúria, insensatez no falar, inveja, ódio e heresia;
  4. e a prática das seis virtudes transcendentais: dar esmola, moralidade perfeita, paciência, energia, bondade, amor ao próximo (FONAPER, 2000a, p. 14).
A iluminação chega ao homem quando em suas práticas não toma alimento além da refeição do meio-dia, evita espetáculos mundanos, não ornamenta nem perfuma o próprio corpo, evita leitos macios e elevados do chão e vive na pobreza. “A virtude suprema é a meditação pura. Aí se descobre que o mundo aparente é ilusório, e é nisso que reside a esperança da libertação. É só pela contemplação interior que o homem pode superar-se. Na meditação o homem esvazia-se de qualquer desejo” (FONAPER, 2000a, p. 19). É possível a purificação completa das almas quando houver sucessivas reencarnações até chegar ao Nirvana (paraíso). A essência da prática religiosa consiste em três joias: a primeira é Buda, a segunda é Dharma (ensinamentos e a verdade sobre todas as coisas), a terceira é a sangha (a comunidade de praticantes) (FONAPER, 2000a, p. 19).
O ensinamento do iluminado resume-se em abster-se do mal para chegar ao bem, no objetivo de purificar a mente. As quatro nobres verdades consistem em: 1. A existência é cheia de sofrimento (dukkha); 2. O sofrimento deriva do desejo e do apego; 3. O sofrimento pode sessar totalmente (Nirvana); 4. Tudo está ao alcance pelo Caminho Óctuplo. Esses são os samma (correto): compreensão, pensamento, fala, ação, existência, esforço, atenção e concentração. Todos esses descritos como corretos. (Ibid., p. 20).

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